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Um tinha uma gravata vermelho vivo. Outra tinha uma gravata vermelha com pintas brancas.
Durante 42 minutos foi esta a principal diferença no debate entre Jerónimo de Sousa e António Costa.
O ponto comum é que aproveitaram este tempo para zurzir no governo e apresentarem as suas propostas.
Debate, debate, só no último quarto de hora e por iniciativa de António Costa. Quando o líder do PS introduziu a discussão sobre a permanência ou a saída do Euro.
Tal como relata o Expresso, "era suposto ser um debate entre António Costa e Jerónimo de Sousa, mas resultou numa entrevista morna a cada um deles. Ficou a resposta à pergunta: há divergências de fundo sobre o euro e a Europa que impedem uma política a dois num Governo".
Do ponto de vista de comunicação política os líderes dos dois partidos optaram por uma política de não agressão. O dia seguinte às eleições pode ditar proximidade.
Por outro lado, ao não ser contundente e manter a porta aberta com o eleitorado comunista, António Costa també pode, uns dias antes das eleições, dizer a esse mesmo eleitorado: " ó amigo, temos aqui um problema onde você têm um papel importante: para evitar o risco da vitória da coligação, você tem de votar PS. Depois eu falo com o Jerónimo...Mas primeiro temos de deitar fora este governo. Para isso tem de votar no PS".
Jerónimo de Sousa, no minuto final, tentou separar as águas e evitar o risoc do vot útil quando afirmou que há diferenças profundas entre a CDU e o PS que não foram discutidas, segurança social, legislação laboral... Já foi tarde. A fechar. Catarina Martins, do BE, foi mais perspicaz. Cedo marcou a diferença para não deixar o seu eleitorado ser seduzido pelo voto útil.