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Só se lembram de nós quando andam à caça do voto!
Esta é uma expressão comum, revela algum desprezo pelos políticos em geral.
Organizações políticas como o PSD, PS e CDS não podem ter essa atitude de desrespeito do eleitorado, dos cidadãos. Mas têm.
As eleições legislativas já lá vão. Hoje é quarta-feira, escrevo à noite e os sites oficiais das duas candidaturas ainda permanecem com os conteúdos como se estivesse a decorrer a campanha eleitoral.
Nem sequer uma notícia com os resultados. Nem um agradecimento a todos que contribuiram com o voto para o resultado final. Um texto dos líderes...nada!
Estas são as últimas notícias que estão visiveis no site oficial da PaF.
Continuam em destaque a lista de candidatos (deviam ser já os deputados eleitos) o programa eleitoral (podia ser a declaração de vitória e os compromissos assumidos nos discursos da noite eleitoral e o acordo entretanto assinado). Até a galeria de fotos morreu no último dia de campanha. Podiam, pelo menos, ter actualizado com fotos do dia da vitória.
Com o PS a situação é igual. O site oficial continua a redireccionar para o da campanha de António Costa.
Como se pode ver, o destaque é o slogan da campanha, segue-se o "Diário de Campanha".
A última notícia é do comicio de encerramento, na sexta-feira anterior às eleições.
Podiam ter um pouco mais de respeito pelas pessoas! Como já não precisam dos votos, não têm nada para lhes dizer?!
Resultados sem contar com emigração:
- A PAF perdeu 833 mil votos
- O BE ganhou 267 mil votos
- Os "outros partidos" ganharam 215 mil votos
- A abstenção teve mais 214 mil votantes
- O PS ganhou 172 mil votos
- A CDU ganhou 3 mil votos
- Houve menos 36 mil votos brancos
Uma leitura simples:
Dos 869 mil votos (833 mil votos que a PaF perdeu mais 36 mil que deixaram de ser votos brancos) :
- 30.7% foram para o BE
- 24.7% foram para outros partidos
- 24.6% foram para abstenção
- 19.8% foram para o PS
Estas eleições foram um exemplo de como o vencedor não depende do resultado mas da percepção que se quer transmitir na noite eleitoral.
Logo a abrir, às 20h, a PaF diz: "ganhámos". Ou seja, não nos roubem a vitória.
De seguida o PS comenta: não tivemos o que pretendiamos e está tudo em aberto. Por outras palavras, não reconhecem a vitória da PaF e não assumem a derrota.
Cerca de uma hora depois, novo round:
PaF: uma estrondosa vitória, quem ganha deve fazer governo e há um derrotado. Com isto, quer a aliança dizer que a sua vitória é expressiva (reforça a primeira mensagem), acrescenta que não deve ser a maioria de esquerda a formar governo e acentua o derrotado: o PS. Para que todos percebam o resultado. Quem ganhou e quem saiu derrotado.
A fechar, desta vez a iniciativa é do PS através do seu líder e já com um cenário que parecia de vitória: não alcançámos o pretendido mas somos nós a chave da governação. A Paf perdeu maioria absoluta. Não são os vencedores. Talvez a esquerda, mas quem decide somos nós e até colocámos já as condições prévias de diálogo.
PaF com Passos Coelho e Paulo Portas: o PS tem mau perder, não aceita a derrota. A PaF ganhou, vai avançar para a formação de governo, tem medidas positivas para dar aos portugueses e está disponível para negociar com o PS. Ou seja, já estão a pensar nas próximas eleições Legislativas.