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pré-balanço

28.09.15

O balanço é ainda cedo para fazer.
Mas, a uma semana do fim da campanha, já possível avaliar algumas das particularidades desta campanha eleitoral.

a) a campanha vai morna. Os pontos alts foram os debates. Como, em função da nova legislação, desta vez todos os debates foram na pré-campanha, os pontos altos ficaram muito distantes do dia das eleições. Perdeu-se confronto, anulou-se expectativa.

b) no arranque deste processo e face ao aparente empate (nas sondagens e na capacidade de combate dos líderes do PS e da PaF e das respectivas candidaturas) criou-se a expectativa de que os debates podiam ser duplamente esclarecedores. Em relação ao conteúdo programático e também na tendência de quem podia ser o vencedor. Terminados os debate entre António Costa e Passos Coelho tudo voltou ao ponto zero. Em vez de desempatar, os debates empataram.

c) a clivagem e o respectivo efeito nas sondagens surgiu depois do debate. Quando António Costa recusou viabilizar o orçamento de um eventual governo minoritário da PaF. Junto com a recusa de diálogo sobre a Segurança Social, António Costa traçou um caminho. As sondagens evidenciaram o reflexo dessa opção.

d) as sondages entraram na nossa rotina. Ficará por determinar o efeito. Mas aguardo que me expliquem, do ponto de vista científico, o valor de uma sondagem com uma amostra efectiva de 100 pessoas. Cem!. Aguardo também que me expliquem como se misturam sondagens no espaço público em que, umas, têm uma taxa de erro de 3% e a outra de 9.8%!

e) são tantas as sondagens e o ruído que provocam é de tal forma grande que não se faz política. Discutem-se expectativas e cenários.

f) os indecisos. Dizem que o número é elevado e que se manteve ao longo da campanha. Não é elevado em função de eleições anteriores. Manteve-se e a explicação não é fácil. Talvez por ser a primeira eleição para a Assembleia da República onde muitos portugueses percebem que o centro de decisão não está no governo português? Juntando ao desencanto?

g) do ponto de vista da comunicação política não houve inovação. Zero. Onde houve mais criatividade foi nos erros.

h) Ainda do ponto de vista da comunicação política, duas notas. Passos Coelho tem um estilo pouco mediático. Falso. A sua forma de comunicar não produz soundbytes mas parece revelar-se eficaz. Veja-se como ofuscou o parceiro, Paulo Portas, eximio comunicador. Segunda nota: o renascimento da liderança do Bloco. Durante muito tempo Francisco Loução era a referência. Muito dificil de substituir. Catarina Martins superou esta dificuldade.

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publicado às 16:37

Catarina Martins

20.09.15

A líder do BE tem sido elogiada nesta fase de pré-campanha.
Os elogios advêm da prestação televisiva.

Em primeiro lugar, Catarina Martins soube aproveitar a oportunidade na fase de negociação. Foi a única líder da oposição a aceitar debater com Paulo Portas. Os restantes partidos recusaram em função da alteração legislativa. Catarina teve, assim, mais expoisção do que os restantes.
Só isto não chegava.
O principal atributo porque merece estes elogios tem a ver com a forma como se preparou para os debates.
Expresso fala em alteração no visual.
Sim, tanbém foi. Mas foi mais do que isso. Para cada debate Catarina Martins levou uma ideia clara, um objectivo determinado.
Com Paulo Portas procurou centrar a mensagem nas questões sociais.
Com Jerónimo de Sousa foi a prestação mais fraca. Na verdade não houve debate.
No confronto com Passos Coelho foi dura. Nas palavras e na oportunidade política. O adiamento da venda do Novo Banco foi utilizado como pretexto para exigir a Passos que devia pedir “desculpa” aos portugueses por ter garantido o contrário.
Por último, a António Costa repetiu até à exasutão a ideia de que o PS vai retirar aos pensionistas 1.600 milhões nos próximos quatro anos.
Catarina não se perdeu. Em cada um destes debates focou-se na mensagem que pretendia transmitir. Não saiu deste objectivo. Com uma linguagem acessível a todos e com uma postura combativa mas menos guerrilheira não perdeu as oportunidades para marcar pontos.
Todos contrargumentaram com o caso da Grécia. Não foi fácil mas também tinha a lição estudada.

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publicado às 00:31

1.600 milhões

14.09.15

Um propósito: o PS também penaliza os pensionistas. Esta mensagem foi o foco de Catarina Martins no debate com António Costa. Como o fez: repetiu até à exaustão a mesma mensagem. Tudo era pretexto: o PS fez as contas e quer retirar aos pensionistas 1.600 milhões nos próximos quatro anos.
António Costa deixou andar. Foram mais de 20 minutos a deixar Catarina Martins a repisar o tema. Quando reparou que corria o risco desta mensagem marcar o rescaldo do debate já ía tarde.
Uma hora depois do fim do debate:
RTP online: "Pensões aquecem debate entre António Costa e Catarina Martins
António Costa e Catarina Martins estiveram frente-a-frente na TVI 24.
A líder do Bloco de Esquerda acusou o PS de querer retirar às pensões mais de 1.600 milhões de euros nos próximos 4 anos. Costa respondeu que à exceção das pensões mínimas, o PS tem previsto o congelamento das restantes pensões mas não é nenhum corte."
Visão: "Eleições: Costa e Catarina Martins em choque nas pensões, Europa e economia. Lisboa, 14 set (Lusa) - A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, acusou hoje o PS de preparar-se para retirar 1660 milhões de euros aos pensionistas, enquanto António Costa contrapôs que a "retórica" bloquista, a concretizar-se, levaria Portugal ao "desastre".
Noticias ao minuto: "A "política pateta" do PS e o mundo "retórico" do Bloco.António Costa e Catarina Martins debateram, esta segunda-feira, num frente-a-frente na TVI24, sobre as propostas eleitorais, sendo a Segurança Social o tema que despoletou mais divergência.
Expresso: "Costa renega “tentações esquerdistas”, Catarina encosta-o à direita. Líder do BE pôs condições para negociar com o PS “um governo que possa salvar o país”. António Costa não lhe deu troco."

Pode-se questionar a credibilidade, a argumentação, a encenação... tudo.Mas quem não viu o debate e o único contacto é o que os media vão noticiar vai ficar com uma informação: a dos 1.600 milhões. Ou seja, o BE colocou na agenda dos media um tema negativo para o PS. De tanto repetir a frase passou a ser noticia. 

vídeo: TVI 24

Audiência; 208 mil espectadores

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publicado às 23:11

Catarina Martins - Paulo Portas

08.09.15

1. Não se pode deixar Paulo Portas em roda livre. Nem o moderador nem o adversário político. Ele apropria-se da gestão do tempo.

2. Falar de desemprego com um sorriso mata a mensagem.

3. Ter uma imagem de combate, oposição forte e aparecer com ar doce, provoca efeito de estranheza.

4. Só ao fim de 22 minutos começar-se a falar dos problemas do dia a dia dos portugueses é anular uma oportunidade.

5. Falar continuamente 3 a 4 minutos perde eficácia. Afinal o que queria dizer? A economia da linguagem é essencial.

6. Não ser economista e sentir a necessidade de afirmar que se sabe do que se fala é secundário. O eleitor quer saber o que se compromete a fazer. O que os outros não fizeram bem. Só isso. Economês não é para debate.

7. A oposição perdeu a noção social do descontentamento. Falar de números, estatísticas, políticas macroenconomicas... esquece o eleitor que está desempregado. Que tem uma angústia. Esquece o reformado que teve uma expectativa de estabilidade para os últimos anos da sua vida e que nunca imaginou as privações por que passa. Pessoas. Casos. O drama de situações concretas. A vida das pessoas não as abstrações.

 audiência: 218.700 pessoas
Vídeo na SIC Notícias

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publicado às 22:24

debater por debater

01.09.15

Catarina Martins/Jerónimo de Sousa.

Realizar debates sem justificação editorial dá nisto: "O debate da esquerda que não teve combate".
Pelo que relata Manuel Agostinho Magalhães, no jornal Sol,  "Trinta e cinco minutos depois do início do debate, o moderador procurou um tema em que os dois partidos pudessem expressar diferenças: a preparação da saída do euro." Nem assim conseguiu.
Vamos ver as audiências... (115 mil espectadores)
Do ponto de vista da comunicação política e da perspectiva editorial não era preferível entrevistas separadas?

 

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publicado às 22:58



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