Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]


vencedor na noite eleitoral

05.10.15

Estas eleições foram um exemplo de como o vencedor não depende do resultado mas da percepção que se quer transmitir na noite eleitoral.

Logo a abrir, às 20h, a PaF diz: "ganhámos". Ou seja, não nos roubem a vitória.
De seguida o PS comenta: não tivemos o que pretendiamos e está tudo em aberto. Por outras palavras, não reconhecem a vitória da PaF e não assumem a derrota.

Cerca de uma hora depois, novo round:
PaF: uma estrondosa vitória, quem ganha deve fazer governo e há um derrotado. Com isto, quer a aliança dizer que a  sua vitória é expressiva (reforça a primeira mensagem), acrescenta que não deve ser a maioria de esquerda a formar governo e acentua o derrotado: o PS. Para que todos percebam o resultado. Quem ganhou e quem saiu derrotado.

A fechar, desta vez a iniciativa é do PS  através do seu líder e já com um cenário que parecia de vitória: não alcançámos o pretendido mas somos nós a chave da governação. A Paf perdeu maioria absoluta. Não são os vencedores. Talvez a esquerda, mas quem decide somos nós e até colocámos já as condições prévias de diálogo.
PaF com Passos Coelho e Paulo Portas: o PS tem mau perder, não aceita a derrota. A PaF ganhou, vai avançar para a formação de governo, tem medidas positivas para dar aos portugueses e está disponível para negociar com o PS. Ou seja, já estão a pensar nas próximas eleições Legislativas.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 22:46

Impessoal e transmissível

28.09.15

paf.jpgAo contrário da campanha do PS, a PaF optou por uma comunicação não personalizada.
O site do PSD está com as cores da coligação e o conteúdo varia muito. Desde imagens de cidadãos anónimos, hino da campanha e o roteiro da campanha. Aparecem algumas imagens de Passos Coelho mas a comunicação não está centrada no líder social-democrata.

No site da coligação os conteúdos são praticamente os mesmo que estão no site do PSD.
É nas secções de notícias, fotos e vídeos que aparecem imagens dos líderes.
Curiosamente, nas redes sociais a mensagem é mais personalizada.
No Facebook a referência no urll é o nome da coligação mas o cabeçalho é a imagem dos líderes do PSD e do CDS. Em 28 de Setembro a página tinha "34.459 pessoas gostam disto".
No Twitter a situação é identica à do Facebook. Em 28 de Setembro a conta do Twitter tinha 1961 seguidores.
No Instagram, através das fotos é também visivel e imagem dos dois líderes. Em 28 de setembro a página tinha 836 seguidores.
No Flickr havia um único seguidor. A página tem um cabeçalho diferente. Apenas com as cores, o logo e a assinatura da PAF "Portugal pode mais". É o mesmo cabeçalho que está na pagina do Youtube. A conta no Youtube tem vídeos de iniciativas que tiveram lugar poucas horas antes.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 23:39

pré-balanço

28.09.15

O balanço é ainda cedo para fazer.
Mas, a uma semana do fim da campanha, já possível avaliar algumas das particularidades desta campanha eleitoral.

a) a campanha vai morna. Os pontos alts foram os debates. Como, em função da nova legislação, desta vez todos os debates foram na pré-campanha, os pontos altos ficaram muito distantes do dia das eleições. Perdeu-se confronto, anulou-se expectativa.

b) no arranque deste processo e face ao aparente empate (nas sondagens e na capacidade de combate dos líderes do PS e da PaF e das respectivas candidaturas) criou-se a expectativa de que os debates podiam ser duplamente esclarecedores. Em relação ao conteúdo programático e também na tendência de quem podia ser o vencedor. Terminados os debate entre António Costa e Passos Coelho tudo voltou ao ponto zero. Em vez de desempatar, os debates empataram.

c) a clivagem e o respectivo efeito nas sondagens surgiu depois do debate. Quando António Costa recusou viabilizar o orçamento de um eventual governo minoritário da PaF. Junto com a recusa de diálogo sobre a Segurança Social, António Costa traçou um caminho. As sondagens evidenciaram o reflexo dessa opção.

d) as sondages entraram na nossa rotina. Ficará por determinar o efeito. Mas aguardo que me expliquem, do ponto de vista científico, o valor de uma sondagem com uma amostra efectiva de 100 pessoas. Cem!. Aguardo também que me expliquem como se misturam sondagens no espaço público em que, umas, têm uma taxa de erro de 3% e a outra de 9.8%!

e) são tantas as sondagens e o ruído que provocam é de tal forma grande que não se faz política. Discutem-se expectativas e cenários.

f) os indecisos. Dizem que o número é elevado e que se manteve ao longo da campanha. Não é elevado em função de eleições anteriores. Manteve-se e a explicação não é fácil. Talvez por ser a primeira eleição para a Assembleia da República onde muitos portugueses percebem que o centro de decisão não está no governo português? Juntando ao desencanto?

g) do ponto de vista da comunicação política não houve inovação. Zero. Onde houve mais criatividade foi nos erros.

h) Ainda do ponto de vista da comunicação política, duas notas. Passos Coelho tem um estilo pouco mediático. Falso. A sua forma de comunicar não produz soundbytes mas parece revelar-se eficaz. Veja-se como ofuscou o parceiro, Paulo Portas, eximio comunicador. Segunda nota: o renascimento da liderança do Bloco. Durante muito tempo Francisco Loução era a referência. Muito dificil de substituir. Catarina Martins superou esta dificuldade.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 16:37

Uma boa ideia

23.09.15

Não importa quem beneficia ou prejudica.
O relevante é a criatividade e o possível impacto.

Veja-se o número de visualizações e de partilha. Além da referência em redes sociais.
Trata-se de um conteúdo apelativo, mais eficaz do que uma intervenção de um dirigente político.
Em muitos países este tipo de conteúdos é frequente com um jogo permanente de resposta - contraresposta.

Do melhor que foi feito nesta campanha eleitoral. Referência ao autor

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 23:13

ponto zero

17.09.15

Após o debate nas rádios (Ant1, RR, TSF), voltámos ao ponto zero. Nem dá para perceber a tendência que se vai seguir.
Antes do debate nas TVs havia uma linha ascendente da coligação. A agenda estava a ser marcada pelos disparates do PS, o desânimo entre os socialistas era evidente e os resultados das sondagens cerificavam o balanço.
Após este debate verificou-se uma tendência de forte recuperação do PS. Regressou o ânimo aos socialistas, a agenda foi terrivel para o governo - sondagens do debate, notícias de frustração na maioria, processo judicial com Miguel Macedo, insucesso da venda do Novo Banco... .
Com o debate nas rádios, voltámos à estaca zero.
António Costa manteve o registo e as mensagens. Correcto. A questão é porque não levou "trunfos", porque não apontou mais casos como fez no debate anterior... Era expectável uma atitude diferente de Passos Coelho. António Costa e o PS já o sabiam. Limitaram-se a esperar. Não tiveram o cuidado de preparar a novidade. Deixaram a iniciativa ao opositor.
Passos Coelho mudou, e muito. Deixou de fazer de morto a levar pancada e nem se queixava. Passou a ser assertivo, levou casos e aproveitou uma quebra no adversário.
Este balanço e a falha de António Costa remete para uma outra situação.
Muito mais do que o debate em si, até pela limitação da audiência da rádio fora do horário nobre, o relevante é o que os restantes órgãos de comunicação social vão noticiar.
Em particular as televisões. Mais, lembram-se do caso do PIB de António Guterres? A situação agora não teve a coreografia do "engasganço" de Guterres mas não deixou de ser aproveitada por Passos Coelho.
A dúvida é: até que ponto a coligação vai fazer do "lapso" de António Costa um caso? E qual a repercussão que vai ter nos órgãos de comunicação social.
A questão não é irrelevante. O líder do PS desenvolveu uma estratégia de crebilidade ao pedir um "estudo a académicos, as contas estão feitas e são transparentes". Uma estratégia muito eficaz. Os académicos emprestaram-lhe credibilidade e aproveitou a ausência de propostas da coligação para contrapor uma estratégia política. O problema é quando não se sabe a que corresponde os números apresentados. Aqui, há um caminho por explorar pela coligação que pode trazer problemas a António Costa.
No entanto, Passsos Coelho também foi vago nas suas propostas. Mudou o estilo mas não o conteúdo. Perguntado sobre o que pretende fazer no futuro, ele responde, o que estou a fazer no presente. Não é motivador, não projecta uma ideia, uma expectativa. Além do mais, o presente é muito contraditório.

Uma nota final. Este foi um debate. Os protagonistas assumiram o confronto com uma postura de resposta/contraresposta. No entanto, o mérito não é apenas dos líderes políticos.
A moderação dos jornalistas ajudou a que se conseguisse este objectivo.
Mantiveram a disciplina mas deixaram os protagonistas dialogar, ripostarem, deixá-los respirar. No debate das TVs foram interrompidos com mais frequência, havia uma grande preocupação com a métrica. Aqui, no debate na rádio, houve também uma preocupação com o conteúdo e o confronto.Muito melhor.

Manchetes online às 13.30h:
Expresso:Passos perguntou e Costa não respondeu: como vai poupar 1000 milhões na segurança social?
Observador: Em direto: "Quer ganhe quer perca", Passos negoceia pensões
Radio Renascença:Onde vai poupar mil milhões de euros em prestações sociais? Costa não responde
TSF:O debate Passos Coelho-António Costa
Publico: Costa assume baixa de impostos para a classe média, Passos não se compromete
RTP: Passos Coelho vs António Costa: recorde os principais momentos do debate
TVI24:"Baixaram o IVA, aumentaram salários e comemos com um resgate"
Correio da Manhã: Passos culpa PS pela austeridade
Sic Noticias: Passos Vs. Costa, o último debate tema a tema
DN:Passos muito mais ao ataque, Costa igual, Sócrates "ausente"
JN:Passos Coelho mais agressivo e António Costa mais nervoso

 

Actualizaçao. 
Para estancar o problema criado no debate, António Costa falou aos jornalistas sobre o tema e, pouco depois, colocou este esclarecimento na sua página do Facebook

PONTOS NOS IS

O que alguns comentadores consideram o "caso do debate" que hoje mantive com o líder da coligação de direita é verdadeiramente um não caso, que esconde a verdadeira falta de boas contas dessa coligação.

As prestações sociais de natureza não contributiva, pagas com impostos, têm um valor anual de 5.700 milhões de euros. Uma redução da despesa de 250 milhões por ano vale 4%. Não inclui as pensões para as quais todos contribuímos enquanto trabalhamos.

E reduzir a despesa por via da introdução da condição de recursos, em sede de concertação social, é reforçar a justiça e equidade social na gestão dos impostos dos portugueses.

Caso sério é o que propõe a coligação de direita : um novo corte nas pensões já em pagamento de 600 milhões € por ano e privatizar para sempre 6% da receita da segurança social. Isto sim , seria um caso sério.

Caso sério é ter um candidato a primeiro-ministro que esconde os números e que se entretém a deturpar os do Partido Socialista.

António Costa

Audiência: 1,272 milhões ouvintes

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 12:47

Costa ganhou

09.09.15

Indiscutivelmente António Costa ganhou o debate a Passos Coelho.
1. Os ganhos directos
Ganhou porque a expectativa era de uma prestação superior de Passos Coelho.
Ganhou porque de manhã os socialistas acordaram com uma sondagem que foi recebida como uma pedra de gelo e à noite meteram a pedra de gelo num copo de whisky.
Ganhou porque deu ânimo aos socialistas e retomou a expectativa de que a tendência de queda, afinal não é irreversível.
Ganhou porque António Costa se preparou e deixou Passos Coelho sem resposta em algumas "manobras" tácticas.
Ganhou porque levou uma estratégia bem delineada e mostrou segurança.
Ganhou porque Passos revelou instabilidade, nervosismo. O incumbente vacilou.
Ganhou porque Passos não se adaptou. Levou uma estratégia defensiva e acabou por funcionar como um saco de boxe.
Ganhou porque Passos não funciona  num debate que exige respostas rápidas e acutilantes.
Ganhou porque Passos quis explicar, justificar, explanar e um debate não é uma prova oral.

 

2. Os ganhos indirectos
A relevância do debate não é apenas o que se passa na arena. É também, e muito, o que os escribas contam e descodificam.
Após o debate não vi um único comentador dizer que Passos esteve bem, muito menos que ganhou.
Percorro alguns sites de notícias e têm destaque variados mas alguns apontam para a vitória de António Costa.
Capas de jornais de economia:

Screen Shot 2015-09-10 at 00.36.14.png

Capas de jornais nacionais de informação geral:

DN

DN
I

i.jpg

 JN

jn.jpg

Público

publico.jpg

CM

cm.jpg

 

3. O que não entendo:
O que levou Passos Coelho a levar ao extremo a estratégia defensiva? Ao ponto de se mostrar uma figura vulnerável, passiva. Julgo que lhe terão dito: "você é estadista. Pose institucional. Não responda. Diga o que quer dizer para os indecisos. Cole o A. Costa ao governo de Sócrates. Deixo o Costa mostrar o perfil de alguém instável, quezilento, que só diz mal..." Acho que Passos não se adaptou. Foi inflexível nesta estratégia.
Segunda dúvida: o que levou António Costa a remexer no passado? Que foi o PSD que chamou a troika! Isso é dar uma de avanço a Passos Coelho. O que o levou a convidar Passos a visitar Sócrates? Porque se deixou (e até incentivou o adversário político) ir para um terreno que lhe é desfavorável?


Vídeo do debate (íntegra) - RTP
Passagens do debate em texto e vídeo - RTP
Audiência; 3,4 milhões espectadores

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 23:50

estava tudo tão calmo

04.09.15

A um mês das eleições a campanha estava morna. Futebol e migração de países em guerra para a Europa dominavam a agenda dos media.
O dado político mais relevante foi a sondagem do Expresso que arrasta o empate técnico entre PS e PaF.
De repente regressa "a sombra de António Costa". José Sócrates vai para casa, em prisão domiciliária.
Na mesma noite António Costa comenta a decisão judicial. Muito cuidadoso. Tem sido este o registo do líder do PS.
O problema não residirá numa escorregadela de António Costa mas de outros dirigentes socialistas.
A campanha morna, defensiva (do PS e da PaF) corre riscos. Aliás, a manchete do Expresso de amanhã, sábado, chama a atenção para isto:  "Saída de Sócrates e sondagens alarmam PS".
Não me parece que a saída de Sócrates, em si mesma, influencie o voto dos eleitores. A influência na decisão já teve os seus efeitos. O problema está na forma como os socialistas vão gerir o caso. O PS tem dado sinais nesta campanha de muitas dificuldades de organização, de um trabalho sistematizado. Agora, corre mais um risco. Muitas perguntas, muitos comentários, visitas... a agenda vai ser "socrática". Se o PS não controlar de forma férrea a sua comunicação política pode ter muitos problemas e não conseguir marcar a sua agenda.
Passos Coelho continua a sorrir da sua janela...

Ver: "A dificil posição de António Costa" - Editorial Público

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 23:45

Como funciona bem

13.08.15

A construção da imagem de um líder politico é feita através de gestos e plavras simples. De percepção fácil. Que ficam na nossa memória, mesmo que seja por pouco tempo. Mas fica algo, nem que seja uma impressão. Se tiver algum afecto ou emotividade, melhor.
Uma das técnicas para fazer esta avaliação é ver as imagens na tv e desligar o som. Tente perceber o que fica, que impressão lhe causa.
Se quem está a ver estas imagens se sentir descomprometido (não sente que é propaganda, publicidade ou qualquer outra mensagem que remeta para objectivos dissimulados) o efeito pode ser amplificado.

Estas observações surgem a propósito de uma reportagem numa tv. Esta noite. no principal bloco informativo da TVI.
Coloco já dois pontos prévios: não há qualquer intenção de criticar o órgão de comunicação social/jornalista (é um trabalho que não me merece qualquer crítica, muito menos suspeita), nem o facto do líder do PSD estar acompanhado da sua mulher em fase de tratamento de um cancro. Repito: não tem nada a ver com os dois aspectos atrás referidos. Mais, até considero mutio positivo o comportamento da mulher de Passos Coelho ao surgir em público com as marcas do tratamento clínico. É um relevante contributo para acabar com o estigma de uma doença que afecta milhares de portugueses e que, com frequência, os próprios jornalistas ajudaram a estigmatizar quando diziam que "a pesssoa x morreu de doença prolongada".

Vamos apenas ao que importa:
Um casal passeia na rua. De mãos dadas. Ela com sinais frágeis de saúde, ele com ar informal, de calça de ganga, camisola de fora das calças. Sorriem. Algumas pessoas passam ao lado. Uns cumprimentam. O cumprimento é retribuído. Outros são indiferentes. Normal.
Passos Coelho fica rodeado de pessoas. Fala com alguns jovens sobre a temperatura da água do mar. Um pouco atrás uma mulher aproxima-se de Laura. Falam com cortesia.
Mais à frente nova abordagem na rua. Agora por outro casal. Conversa em tom informal, de conhecidos que se encontram fortuitamente.
Nova sequência de imagens, plano mais afastado, o casal segue o seu caminho, no meio de uma rua, com calma. Um casal comum. De férias, como muitos outros portugueses.
Pelo meio há depoimentos de Passos Coelho à TVI. Não importa o que ele diz. Muito provavelmente, minutos depois ninguém se lembrará das palavras proferidas. Mas, para muitos, ficaram na memória as imagens de uma casal comum a passear numa rua do Algarve. Um casal de mãos dadas. Que sorri apesar dos contratempos das nossas vidas.

Qualquer assessor de imagem não faria melhor. Repito: não quero sequer insinuar que exista qualquer intenção (das duas partes - jornalista e Passos Coelho) de construirem uma excelente peça de comunicação política.
Mas que o é, é. Tem um efeito brutal na "humanização" da imagem de Passos Coelho.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 23:48

Emprego

19.07.15

PS e coligação entraram na guerra dos números sobre o emprego. Trivialidades. O que surpreende é que só agora o tema tenha entrado na contenda pré-eleitoral.

Há vários anos que o desemprego é a principal preocupação dos portugueses.
A última sondagem da Intercampus reforça, de modo muito destacado, o que preocupa os eleitores.

ps_outdoor_emprego_2015.jpgO PS, com António José Seguro, fez do tema uma bandeira.

O PS de António Costa andou com uma agenda errante e só no final da Convenção é que fez do emprego a prioridade das prioridades.
Mas não tem pegado no tema. Só de forma episódica e a comunicação política só funciona com repetição.

banner-2-desktop.jpgDe certa forma, deixou espaço à coligação para tirar partido do tema que é central na vida dos portugueses e, como tal, na decisão do voto.

O outdoor foi hoje colocado em vários pontos e a mensagem já está em destaque no site da coligação.

A gestão do tema vai ser decisiva para as duas forças politicas. A coligação fez um primeiro ensaio. O PS reagiu mas não teve impacto. Na entrevista na SIC Passos Coelho retomou o tema e o líder do PS contrapõe: "Costa acusa Passos de enganar os portugueses".

Finalmente estamos a entrar nos temas vitais.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 15:57

Defensivos

16.07.15

As entrevistas dos líderes do PS e do PSD revelam um comportamento defensivo. Jogam apenas na erosão. Assim, vai ser ainda menos motivador, o processo eleitoral e abrem a porta a casos mediáticos.

 

António Costa deu duas entrevistas nas televisões em sinal aberto e em prime-time. Sem notícia, dados novos. Na defensiva. Cauteloso. Um discurso moderado, pose institucional e posicionamento ao centro.

Pedro Passos Coelho foi uma cópia de António Costa. A única diferença foi o cenário. Em S. Bento, para marcar o estatuto.

Uma análise mais profunda, sobre o posicionamento dos dois partidos face aos principais problemas dos portugueses (a estratégia nacional e o condicionamento internacional) ajuda a perceber que não há diferenças assinaláveis entre as duas forças políticas.
No inicio do processo de ajustamento havia uma fronteira ideológica.
O PSD liberal, dinamizador de uma pretensa revolução do Estado (retirando o peso na sociedade) e a ideia de um país novo. Estas particularidades desapareceram. A aproximação foi feita também no discurso e no posicionamento. Exemplo: as bandeiras do PS são emprego e crescimento económico. As bandeiras do PSD são crescimento económico e justiça social/emprego.
Com um posicionamento idêntico (ao centro), com um eixo de campanha igual ("nós vamos tirar o país da austeridade a que o outro partido nos submeteu" ) com bandeiras parecidas e com uma postura igualmente moderada e defensiva, PS e PSD tornam-se o Dupont e Dupont (será Paulo Portas o elemento diferenciador?).
Se nos próximos meses os dois partidos caminharem lado a lado, como uma linha de caminho de ferro, abre-se uma oportunidade para outros ocuparem o território da novidade, da alternativa, da mudança, da surpresa. Tendo em conta os estudos de opinião, quem ocupar este espaço não vai ganhar as eleições. Nem pensar, o eleitorado prefere o previsivel. Mas pode ganhar relevo, espaço... e votos.

O que remete para uma outra questão. O PS tem dificuldades em superar os 37/38 pc. O PSD e o CDS, coligados, também revelam dificuldade de crescimento. Sobem, mas muito ligeiramente e o resultado final fica muito aquém do somatório dos dois partidos nas eleições anteriores. Se pouco fazem para alargarem a base eleitoral, fora do centrão, e podem deixar a outros o espaço mediático da mudança, estão a dificultar a sua capacidade de crescimento.
O receio de perderem o que têm impede de se aventurarem na conquista de mais eleitores. Estão confinados. Como o país.

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 15:11



Pesquisar

Pesquisar no Blog  



Arquivos

  1. 2015
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D