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estava tudo tão calmo

04.09.15

A um mês das eleições a campanha estava morna. Futebol e migração de países em guerra para a Europa dominavam a agenda dos media.
O dado político mais relevante foi a sondagem do Expresso que arrasta o empate técnico entre PS e PaF.
De repente regressa "a sombra de António Costa". José Sócrates vai para casa, em prisão domiciliária.
Na mesma noite António Costa comenta a decisão judicial. Muito cuidadoso. Tem sido este o registo do líder do PS.
O problema não residirá numa escorregadela de António Costa mas de outros dirigentes socialistas.
A campanha morna, defensiva (do PS e da PaF) corre riscos. Aliás, a manchete do Expresso de amanhã, sábado, chama a atenção para isto:  "Saída de Sócrates e sondagens alarmam PS".
Não me parece que a saída de Sócrates, em si mesma, influencie o voto dos eleitores. A influência na decisão já teve os seus efeitos. O problema está na forma como os socialistas vão gerir o caso. O PS tem dado sinais nesta campanha de muitas dificuldades de organização, de um trabalho sistematizado. Agora, corre mais um risco. Muitas perguntas, muitos comentários, visitas... a agenda vai ser "socrática". Se o PS não controlar de forma férrea a sua comunicação política pode ter muitos problemas e não conseguir marcar a sua agenda.
Passos Coelho continua a sorrir da sua janela...

Ver: "A dificil posição de António Costa" - Editorial Público

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publicado às 23:45

Dinâmicas

19.06.15

sondagem da Universidade Católica de junho, tem uma confirmação, uma surpresa para distraidos e uma forte dúvida.
Começo por este último aspecto: como se explica o BE duplicar o seu valor?
Segundo, a confirmação: os resultados reforçam a ideia das duas outras empresas de sondagens: empate entre a coligação e o PS. 
Terceiro, o que me parece mais relevante: a actualização coincide entre o momento actual e a fase em que António Costa era o "salvador" da pátria socialista. Entretanto, nestes oito meses, passou do estado de graça para o estado sem graça.
Ao contrário, PSD e CDS passaram do estado da desgraça para a esperança. "Afinal é possivel ganhar".
Estas são circunstâncias que podem mudar. No entanto, o que estes dados, no presente, realçam é uma forte inversão das tendências entre os dois maiores blocos partidários (mais ainda quando existe uma relação de proporcionalidade directa) e isso tem imenso peso na comunicação politica.
Em primeiro lugar a nível interno. António Costa avançou para a liderança do PS na sequência das Europeias porque "a vitória do PS soube a pouco." Agora, podem por em causa o argumento justificativo da crise entre os socialistas. Por outro lado, quem andava a resmungar às escondidas tem hoje um brilhozinho nos olhos - "ainda dizia ele que ía ganhar com maioria absoluta!"  Por outro lado, a motivação dos militantes e simpatizantes esfria. Alguns começam a interrogar-se: "afinal não vamos lá com o Costa"?
Mesmo em termos discursivos, a nível externo, começa a ser mais dificil de afirmar o objectivo de se querer uma maioria absoluta. E isto aparenta ter efeitos nos indecisos (e voto útil), já para não falar nos que não avançam de forma publica porque duvidam que, afinal, o PS chegue ao poder.
Ao contrário, a coligação passa para o renascimento. Dá força, cria expectativa e muitos que se auto-silenciavam começam a defender publicamente a obra deste governo.
A quatro meses das eleições este é um movimento que pode gerar uma dinâmica dificil de inverter.
A experiência democrática tem tido alguns exemplos. O caso mais evidente foi a gestão política dos governos de Cavaco Silva com maioria absoluta. Perdia as autárquicas, remodelava o executivo e entrava num periodo de recuperação até às Legislativas.

- Reacção do líder do PS: "António Costa diz que importante é vencer as eleições"

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publicado às 12:47

Sondagens e interdependências

06.06.15

Augusto Santos Silva chamou na TSF a atenção para sondagens que projectam os indecisos.
Com razão. Não se trata de um exercicio fácil e tem riscos elevados.
Um estudo realizado nesta legislatura mostrava que o passado não se esquece facilmente.
Há eleitores que ganharam uma profunda adversidade, mesmo em relação ao partido em que costumavam votar e, até, mais se identificam ideologicamente.
Deste modo, é arriscado conceber que, por exemplo, o passado do PS e o passado mais recente da coligação, não deixaram mazelas irreparáveis. Partir do pressuposto que algumas pessoas vão agir da mesma forma como o fizeram no passado pode originar distorções.

Segunda questão: no espaço público há apenas duas empresas a fazer estudos de opinião sobre o comportamento eleitoral. Muito pouco. Mais, com forte potencial porque é enorme o numero de indecisos/não sabe.

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publicado às 12:38

Os estragos da ministra das Finanças

06.06.15

sondagem da Aximage publicada hoje revela os (poucos)  estragos da declaração de Maria Luis Albuquerque sobre o corte nas pensõs.
Muito menos do que o esperado (esperemos pelo estudo da Eurosondagem).

O PSD agitou-se para tentar consertar os estragos, Não admira.
Os reformados e pensionistas representam quase metade do eleitorado social democrata.

A participação de ministros das finanças em acções politicas, habitualmente, não correm bem.
Vejam casos anteriores: Catroga, Sousa Franco...Teixeira dos Santos

O prestígio está associado a valores de confiança. São eles que gerem o nosso dinheiro, que recolhem com os impostos. É como o banco onde depositamos as nossas poupanças: escolhemos em função dos atributos confiança e robustez.
O perfil dos responsáveis das finanças deve corresponder a esta imagem. Com cabelos brancos e um curriculum irrepreensível.
Quando eles entram no jogo político ou mantêm este perfil ou rompem através do facilitismo (e destroem a sua reputação).
No caso, Maria Luisa Albuquerque falou como ministra das finanças numa acção partidária de pré-campanha eleitoral. Não deu certo e criou imensas feridas.

 

 

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publicado às 10:28



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